segunda-feira, 2 de maio de 2011

HOME: Nosso planeta, nossa Casa

Abaixo segue a análise de um documentário sobre Mudanças Climáticas no planeta Terra, assistido durante a aula de Análise e Elaboração de Projetos Internacionais.
Muito didático e informativo, porém não tão bom quanto Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore.
Segue o texto.


Num mundo cada vez mais preocupado com o futuro de seu planeta, a grande nave-mãe que guia a humanidade pelo cosmos sem fim, o filme dirigido pelo fotógrafo Yann Arthus-Bertrand não podia ser mais pertinente e atual. Narrado com maestria pela famosa atriz Glenn Glose, o filme não é somente um puxão-de-orelha na humanidade insaciável por desenvolvimento e propagadora de poluição –mas também uma reflexão sobre a fugacidade da vida e as origens de seu surgimento no planeta.
Esse caráter narrativo-descritivo foi uma grande estratégia muito bem empregada pelo diretor, na medida em seduz o espectador e captura sua atenção para não perder nenhum detalhe. Através de imagens realistas e dinâmicas, conhecemos a estrutura primitiva do planeta, onde vulcões e formações rochosas dominavam a paisagem. Os gases carbônicos expelidos constantemente impediam a existência de qualquer forma de vida, até que o milagre da Evolução fez surgir uma infinitesimal arqueobactéria, detentora da capacidade de alimentar-se de CO2. Como tal gás era incrivelmente abundante na atmosfera terrestre, tal arqueobactéria não encontrou limites para seu desenvolvimento e reproduziu-se assexuadamente a taxas geométricas. Cada vez mais gás carbônico era retirado da atmosfera, até atingir um nível que permitia o surgimento e a evolução de outras formas de vida.
Com efeito, muitos séculos após a gênese da primeira arqueobactéria, o planeta já se encontrava com um relevo bastante semelhante ao atual, com montanhas, rios e vegetações. As primeiras árvores –e todas as que se originaram depois delas –herdaram das primeiras formas de vida a capacidade de usar a luz solar como principal fonte de energia, e tornaram-se então a base de inúmeras cadeias alimentares que mantiveram por muitos anos um perfeito equilíbrio da vida no planeta, até que o Homo sapiens aprendeu a modificar o ambiente em nome de seus interesses e fragilizou esse status quo.
Apesar de a vida humana ser extremamente recente na história do planeta, a agricultura é ainda mais, com registros que remontam a apenas 10 mil anos. Essa foi a primeira atividade humana, o que fixou o homem à terra e contribuiu para sua propagação malthusiana. Desde então, a Terra passou por mudanças cada vez mais velozes e sérias.
Como descobrimos pela voz de Glenn Close, o uso de fertilizantes e pesticidas não somente é danoso para as pragas do campo, como também para a saúde humana e para os lençóis freáticos. Tal atividade revela-se com piores conseqüências na medida em que notamos o elevado consumo de água para a manutenção dessa agricultura de larga escala, que desmata, polui e gera concentração de renda. Antes da revolução industrial, a agricultura familiar e de larga escala equilibrava tal agressão, que atualmente fica plenamente abalada pelo seu uso caracteristicamente econômico pelos países e corporações industriais. Além disso, o uso de combustíveis não-renováveis e fósseis agrava tal situação. Estima-se que, em 2025, 2 bi de pessoas sofrerão escassez de água.
Percebe-se, então, um retorno aos níveis elevados de CO2 na atmosfera, ameaçando a própria vida na Terra, destruindo o essencial para produzir o supérfluo. Como exemplo, o filme mostra Dubai: a cidade que mais agride o meio ambiente é a mais dependente dele, na água e na energia.
Pode-se concluir que não é necessário retornar às intempéries da Idade da Pedra, mas sim equilibrar a base produtiva das nações através de uma distribuição equitativa de recursos e re-aproveitamento de tudo o que é renovável, assim como a substituição do que não o é. Sob esse prisma, grandes projetos como o Protocolo de Kyoto e o de Montreal revelam-se importantes marcos na história da humanidade, assim como filmes tais quais Uma Verdade Inconveniente (de Al Gore) e esse Home. Afinal, ainda que não sejam completamente efetivos, representam as primeiras tentativas do Homo sapiens para corrigir seus erros do passado –e tentar mudar seu futuro.




Esse já é o segundo post in a roll sobre mudanças climáticas em meu blog. De fato, tal temática é de grande relevância nos dias atuais -e a paixão de nosso professor por esse tema não podia ser maior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário